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APARTEHID BRASILEIRO

O Brasil é o país da diferença e essa diferença, em sentido amplo, é o que nos tornam iguais. Porém as diferenças sociais no Brasil sempre foram, desde o seu descobrimento, uma realidade que perdura até nossos dias. Desde o seu descobrimento pelos europeus, o Brasil sofreu com a exploração dos mais fracos, dos mais pobres. E essa realidade não mudou após seus cinco séculos de vida.

Somos iguais nas nossas diferenças. São muitas minorias que de uma maneira ou de outra possui uma dor, um sofrimento que lhe é particular. Mesmo sendo diferentes, nossas dores são iguais. As desigualdades sociais é a igualdade da sociedade brasileira. Não é preciso citar cada uma, seja a dor do negro buscando a liberdade do racismo, seja do índio buscando direito a uma faixa de terra para sobreviver, seja do trabalhador na incansável luta diária por condições de um salário digno, além de muitas outras minorias, como: homossexuais, artistas, religiosos, etc.

O Brasil, apesar de ser um país desigual com seu povo, possui deste muito amor e respeito. A revolta dos brasileiros está ligada na forma como é governado. Este pensamento é mais uma das igualdades que os brasileiros compartilham. Seja um governo de esquerda ou de direita, isso não importa, a verdade é que ambos não agradam a ninguém. Apenas a poucos interessados. O grande problema é que as pessoas estão se unindo em torno de uma ideologia e não de um ideal.

Para se dominar toda a sociedade brasileira é preciso separar as pessoas, fazer o apartheid brasileiro. Assim, fica mais fácil de exercer o domínio social. Um país cujo povo está dividido é um país que não consegue se defender. Por esse motivo, devemos nos unir como um povo, na busca pela igualdade, através da fraternidade universal e defendermos nossa liberdade com unhas e dentes.

Não interessa a ideologia. O que importa é o ideal. O ideal de um país justo, que zela pelo seu povo. E isso, tem que ser a nossa luta. Se não buscarmos nos defender das investidas governamentais de nos tolher a liberdade, direitos e pensamentos vamos estar entregues a uma escravidão que jamais iremos conseguir nos ver livres estando divididos como estamos nesse momento.

A retórica de que o outro não faz parte da minha ideologia é meu inimigo, nunca esteve tão latente como está nesse momento de nossa história. E essa agenda ideológica está fazendo efeito muito intenso no Brasil.

A revolta contra o atual presidente Bolsonaro foi uma campanha ideológica da esquerda fomentando seus grupos de militantes a criar uma imagem de um monstro no governo. Isso em detrimento da perda do poder. Por outro lado, a imprensa massivamente lutando para desconstruir a imagem de um homem que só quer acabar com a corrupção generalizada do país sentindo-se que perderia dinheiro nesse processo, passou a atacar a imagem do presidente.

Dói, e como dói perder privilégios, sejam eles de qualquer forma. E isso promoveu uma abstinência por causa dessa perda. Como se fosse uma crise de abstinência, a corrupção enraizada e generalizada em nossa sociedade também nos tornam iguais. A corrupção não está apenas na esfera da política. Está no judiciário, no cartorário, na polícia, nas relações mais simples do quotidiano brasileiro.

Somos um país desigual. E a ideologia, seja ela qual for, promoverá esse apartheid brasileiro. É por isso que devemos estar alertas e trabalhar para que a ideologia não seja o norteador do Brasil do futuro, mas sim, os interesses de todo o povo, que se for livre para exercer seus direitos e suas crenças, tendo o respeito às diferenças, seremos todo iguais.

Uma frase do pastor Martin Luther King que deve ser usada por todos nós para entendermos nossa posição e nossa responsabilidade com o ideal é: “Ou aprendemos a viver todos juntos como irmãos, ou morreremos todos juntos, como idiotas” nunca esteve tão atual como está hoje. Devemos estar juntos, todos defendendo as dores de todos, assim vamos estar unidos como um só povo, uma só nação.

Não podemos permitir que grupos políticos, sejam da esquerda, do centro ou da direita nos ditem o que é melhor para nós. O que é melhor para nós, brasileiros, é um país unido, sem diferenças, com direitos a todos, sem segmentações, sem quotas, sem apartheid.