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O GALO E A RAPOSA


Conta a fábula que...

Empoleirado em um alto galho de árvore, o galo estava de sentinela, vigiando o campo para ver se não havia perigo para as galinhas e os pintinhos que andavam à procura de minhocas. A raposa, que passava por ali, imaginou o maravilhoso almoço que teria se comesse um deles. Quando viu o galo de vigia, a raposa logo inventou uma história para enganá-lo.

_ Amigo galo, pode ficar sossegado. Não precisa cantar para avisar as galinhas e os pintinhos que estou chegando! Eu vim em paz.

O galo, desconfiado, perguntou:

_ O que aconteceu? As raposas sempre foram nossas inimigas. Nossos amigos são os patos, os coelhos e os cachorros. Que é isso agora?

Mas a espertalhona continuou:

_ Caro amigo, esse tempo já passou! Todos os bichos fizeram as pazes e estão a conviver em harmonia. O leão decretou que não podemos mais nos agredir e nos alimentar de outros animais. Não somos mais inimigos. Para provar o que digo, estou com o decreto do leão, nosso rei, aqui comigo! Desce e leia por si mesmo! Mas o galo não era tolo e estava desconfiado das intenções da raposa. Então, perguntou:

_ Tens a certeza de que os bichos são todos amigos agora? Isso quer dizer que não tens mais medo dos cães de caça?

_ Claro que não! - confirmou a raposa.

Então o galo disse:

_ Ainda bem! Porque, daqui de cima estou vendo uma matilha de cães vindo para cá. Mas, não há perigo, não é mesmo?

_ O quê?! - gritou a raposa, apavorada e tremendo de medo, fugiu, disparada, antes que os cães chegassem.

Então gritou o galo:

_ Não temas, raposa! Mostre o decreto para os cachorros!

(Adaptado das Fábulas de Esopo)

As lições dessa história:

O galo representa a sociedade desarmada, servil e pacífica. O leão nossos legisladores. Os cães nossas forças armadas e a raposa, o nosso judiciário. A raposa se utiliza das leis em interesse próprio e não como mecanismo de justiça e igualdade. Assim está nosso judiciário. Que fazem interpretações que ferem princípios doutrinários do Direito. É o juspositivismo que acreditam estar acima de muitas coisas, até mesmo do jusnaturalismo. E procuram impor a sua vontade com a legitimação de seus atos através de leis interpretadas como convém seus próprios interesses. Então a sociedade representada pelo galo, que não possui nenhuma forma para se defender fica à mercê de qualquer ação arbitrária e de abuso de autoridade por parte do judiciário brasileiro. E então, deixo aqui uma pergunta:

Quando a raposa deixará de ser uma ameaça à sociedade brasileira?

por: Leandro Loyola