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OS DESAFIOS ENERGÉTICOS DO BRASIL

A guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia acende a discussão de um assunto que o Brasil tem caminhado em passos lentos há décadas sobre sua independência energética.

Uma discussão que precisa ser levantada por toda sociedade brasileira é sobre nossas matrizes energéticas. Com a demanda cada vez mais crescente por energia, o Brasil, não tem conseguido resolver os inúmeros problemas relacionados a produção e distribuição de energia. Neste texto, vou tentar ser o mais sucinto possível, pois o tema envolve diversas fontes de energia.

Doutor Eneas Carneiro, antes mesmo de ser deputado, já esbravejava toda sua indignação com o descaso brasileiro neste assunto. Quando um país é dependente de energia elétrica, gás, petróleo, entre outros meios energéticos de outros países, este se torna vulnerável a qualquer situação que possa ocasionar a sua redução ou mesmo interrupção do fornecimento.

Não preciso citar os fatos já ocorridos na história recente do Brasil como os 244 apagões no governo Dilma e no problema com o gás boliviano no governo Lula. Mas essas lições parecem que não foram suficientes para que o Brasil começasse a criar uma política de desenvolvimento energético robusta e responsável. O atual governo tem tentado resolver em alguns aspectos, mas de forma paliativa, incentivando o setor de energia solar para produção de eletricidade e a privatização da Eletrobras. Uma das dificuldades enfrentadas para a privatização é o fato da Eletrobras ser a controladora da Eletronuclear, o que impede sua venda pois na legislação brasileira, empresas privadas não podem operar energia nuclear, ficando esta matriz exclusiva para o Estado. Outra situação é a forte oposição política não querendo que o governo do atual presidente Jair Messias Bolsonaro avance neste sentido.

Para que o Brasil avance no sentido econômico, maior será sua demanda por energia. Este é um gargalo que o próximo governo enfrentará por consequência de anos com investimentos insuficientes no setor energético. E neste sentido, sendo o Brasil um país que importa commodities como o petróleo para que possa ser usado na produção de energia elétrica através de usinas termelétricas, combustíveis e demais derivados para a indústria de transformação, leva o Brasil a ser o 8º país no consumo de petróleo em nível mundial, correspondendo a 2,6% dessa fatia.

Centamente com a guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia, o impacto causado pela necessidade de petróleo chagará ao Brasil forçando o aumento dos preços em todas as cadeias dependentes dessa comoditie. Estando em ano eleitoral, Bolsonaro enfrentará uma forte cobrança por estes aumentos que não somente o Brasil será a vítima, mas todo resto do mundo. Para se ter uma ideia, os EUA tem buscado estreitar as conversas com países como a Venezuela e o Irã, no sentido de conseguir suprir a sua demanda por petróleo, já que as sanções econômicas aplicadas à Rússia afetarão todo mercado global, inclusive o mercado norte americano.

Como dito, não se trata apenas em resolver o problema da energia elétrica, mas também de outras matrizes que o Brasil necessita para seu desenvolvimento. Logo, soluções precisam ser criadas e ações precisam ser tomadas para se dirimir este problema. É preciso investimento em infraestrutura energética para que o Brasil possa pensar em investimentos nestes setores e não correr atrás pela falta de energia.

Fontes:

País tem 244 apagões na gestão Dilma - Economia - Estado de Minas

Maiores consumidores de petróleo e LGN em 2020 – Snapshots – IBP