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A RÚSSIA CONSEGUIU SEU VIETNÃ

A História se repete. Não deu certo para os Estado Unidos e não dará para a Rússia.

Em 1955, o Vietnã, iniciou uma guerra entre o Vietnã do Norte (comunista) e o Vietnã do Sul (capitalista), buscando unificar os dos dois territórios. Nenhuma das partes envolvidas conseguiu chegar a um acordo em comum, pois haviam dois regimes ideologicamente divergentes e a guerra foi inevitável. A Guerra do Vietnã, como ficou conhecida, foi amplamente documentada pelo cinema e mídias jornalísticas.

Estamos falando de uma guerra em que os interesses das grandes potências da época tiveram uma participação muito intensa. De um lado a União Soviética, liderada pela Rússia, representando os interesses comunistas e do outro os Estado Unidos, que representava o modelo capitalista. Enquanto a União Soviética fornecia a logística necessária para que o Vietnã do Norte pudesse resistir aos fortes bombardeios americanos em seu território, os Estados Unidos forneceu ao Vietnam do Sul, além de equipamentos militares, blindados, aviões e bombas, empregou seus militares em campo de batalha.

Os Estado unidos venceram todas as batalhas, mas perdeu a guerra. Retirou seus militares e com isso, o Vietnã do Sul acabou sendo conquistado pelo Vietnã do Norte e assim o comunismo teve seu momento de glória.

Hoje, assistimos as mesmas cenas, mas com personagens diferentes. Dessa vez, a Rússia, temendo que a Ucrânia fizesse parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), tomou a região da Criméia. Impedindo que a Ucrânia se tornasse um membro pleno desta organização. Ao se tornar membro pleno da OTAN, qualquer agressão a um país membro é considerado agressão a todos os outros membros.

Após a tomada da Crimeia, a Rússia posicionou milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia. Apesar de negar sempre uma possível invasão ao território ucraniano, a Rússia, não hesitou e iniciou mais um conflito. Acreditando que seria uma guerra rápida, a Rússia, não contava com a determinação dos ucranianos em defender seu país.

Imediatamente o mundo inteiro, que já acompanhava aquela situação provocada em 2014 com a invasão russa na Crimeia, as sanções iniciaram e com o passar do tempo se tornaram cada vez mais pesadas. A Rússia descumpriu o acordo de Budapeste em que é signatária, quando recebeu da Ucrânia mais de mil ogivas nucleares da antiga União Soviética, se responsabilizando em não agredir a Ucrânia em momento algum.

Estamos vendo a repetição da mesma história ocorrida em 1955 no Vietnã. Mas dessa vez os papéis estão invertidos. Nesta guerra, um dos personagens que antes apoiava o Vietnã do Norte (Rússia) apenas com equipamentos e armamentos, hoje está empregando soldados no campo de batalha e todo aparato bélico que possui no esforço de guerra para vencer um inimigo. Novamente, pela resistência a Ucrânia vencerá no fim das contas. E por outro lado, o personagem que entrou no campo de batalha com soldados apoiando o Vietnã do Sul (EUA), hoje está enviando insumos para que a resistência ucraniana seja possível. E dentre esses insumos, vale destacar o Javelin, um lança foguete portátil, operado por um soldado apenas e que tem causado baixas consideráveis aos blindados russos.

Resta dizer que iniciar uma guerra é relativamente fácil, o complicado é terminar com ela. Infelizmente, para ambos os lados, a perda de vidas humanas é inevitável. E a única solução que seria possível no campo das negociações tem falhado assim como falhou no Vietnã. A solução que resta seria uma mudança no governo russo, o que seria justificável para a retirada de tropas do campo de batalha, assim como fez os Estados Unidos. A única diferença da Guerra do Vietnã para a Guerra da Ucrânia está no provável tempo de conflito. Isso porque as sanções aplicadas forçarão uma mudança no Kremlin. Hoje, a Ucrânia é para os russos o que no passado o Vietnã foi para os Estados Unidos.

Por: Leandro Loyola