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O Colapso do Brasil


Estamos diante de uma situação extremamente grave. O Brasil, como sempre, é afetado com as variações econômicas dos mercados externos. Nossa economia não está preparada para reagir em crises como esta que estamos passando com a COVID-19. Sabemos que aqui os problemas econômicos são sempre sentidos com uma intensidade muito maior do que nas demais economias. O capital especulativo, a corrupção que ainda perdura nos estados brasileiros e principalmente, o descaso com a saúde pública, que há décadas não recebeu um olhar mais atento por parte dos governos do passado, assim quase levando nossa saúde pública a um estado de quase calamidade.
Fazendo uma analogia com o do acidente do Titanic, podemos entender o problema que estamos enfrentando neste momento. O “iceberg” do COVID-19 foi avistado. Os alertas estão sendo dados. Então é chegado o momento de se tomar uma decisão. O Brasil precisa urgentemente se definir. Saber se muda o curso na condução do problema ou se permanece no isolamento social incluindo o fechamento de setores da economia.
Podemos prever os reflexos da decisão tomada neste primeiro momento da pandemia. Mas antes é preciso falar sobre o que chamamos de primeira e segunda ondas para entender o colapso econômico brasileiro. Na primeira onda, temos a contaminação da população e consequentemente um aumento substancial de pessoas com necessidades de internação que levariam nosso sistema de saúde, já sucateado, ao pleno colapso de atendimento. Deixando assim inúmeras pessoas sem atendimento para que literalmente morram sem o devido tratamento. Como se morrer no Brasil por falta de atendimento fosse algo novo para nós, que já estamos acostumados a ver nos noticiários da televisão os descasos com a saúde e a corrupção que também assola este setor tão importante para a sociedade brasileira.
Em seguida, temos a segunda onda que alguns analistas atribuem à recessão que virá como reflexo de uma economia estagnada. O fato da economia não conseguir fazer girar o capital nos setores tidos como não essenciais à sociedade, promoverá demissões em massa. Fato este que já estamos vendo neste momento. É estimado que cinquenta por cento da população brasileira economicamente ativa fique desempregada. Conforme dados da PNAD - Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a Coordenação de Trabalho e Renda da PNAD divulgou dados relacionados à taxa de desocupação. A evolução é a seguinte: dezembro de 2019 com a taxa de 11%, janeiro de 2020 com 11,2% e fevereiro de 2020 com 11,6%. É perceptível que já estamos numa linha crescente de desempregados. O que deve se agravar a partir dos meses seguintes.
Com o aumento do desemprego, milhares de pessoas vão entrar com o seguro-desemprego. Que é um paliativo no momento em que o trabalhador fica desempregado. O dinheiro que irá ser pago a este trabalhador é federal. Assim, haverá um esvaziamento significativo do erário com tais pagamentos. Além disso, o INSS também irá sofrer queda na sua percepção financeira. Já que menos pessoas estarão formalmente empregadas e com isso menos recursos entram para o órgão. O que pode levar o governo federal precisar compor estes pagamentos. Não obstante, temos também a ajuda de custo emergencial que recentemente foi aprovada para socorrer a população mais vulnerável.
Com uma arrecadação comprometida e os gastos com ações emergenciais e obrigações financeiras, o governo pode realmente sofrer um colapso por falta de dinheiro e assim ter que recorrer ao FMI - Fundo Monetário Internacional para solucionar este problema. E com isso contrair uma dívida que nos custará décadas para ser quitada.
Todos os reflexos da chamada segunda onda, afetarão o Brasil de forma contundente e a nossa retomada econômica será penosa.
Retornando então aos rumos que podemos tomar. O que foi dito acima são fatos que acontecerão se o timão deste navio chamado Brasil, não sofrer uma mudança na sua direção. Assim como o Titanic, irá colidir com o iceberg e irá à pique.
Caso o Brasil tome a decisão de mudar a direção para não colidir com o “iceberg” do COVID-19, poderemos ter uma chance de manter a nossa economia que, sem a devida mudança, fatalmente entrará em colapso, para uma economia fortemente abatida, porém viva e com capacidade de retomar o caminho seguro até o seu porto.
E que decisão é esta que estamos falando? É a decisão de voltar às atividades normais, com a ressalva do isolamento vertical. Onde cada cidadão é responsável por sua saúde e a saúde dos demais em sua volta.
Mas, o jogo político envolvido sempre está presente para dificultar o caminho do Brasil ao primeiro mundo. Tropeçamos em cada momento decisivo em que poderíamos ter tirado proveito dos recursos que temos para crescer e não o fizemos. É triste dizer, mas após o escândalo de corrupção generalizada nos governos federal e estaduais e em particular promovidos por diversos membros do PT - Partido dos Trabalhadores, estamos jogados a nossa própria sorte. Não diferente, vemos governadores e prefeitos querendo escalar politicamente seus nomes para cargos maiores, fazendo uso da pandemia como palanque eleitoral. Porém, ainda existe a terceira onda, que ficará para ser apresenta num próximo artigo. Tendo em vista que esta é uma abordagem mais complexa e com uma certa dose de especulação.