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A Terceira Onda


Nesta série de artigos sobre a COVID-19, vamos abordar uma área ainda não falada, sequer pensada por muitos. Quero abordar sobre o que  chamo de terceira onda. Antes, preciso iniciar comentando sobre as duas primeiras ondas para entendermos melhor a existência da chamada terceira onda.

Como todos sabemos, a primeira onda nada mais é do que a chegada da doença. É a contaminação em si, que levou o mundo inteiro a um estado de quarentena em função da pandemia. Já estamos nela desde seu primeiro caso no Brasil.

A segunda onda, é o reflexo da primeira atingindo a sociedade. Podendo ser sentida em diversas situações. Primeiramente a situação humana com a perda de milhares de pessoas vitimadas pela doença. O que é uma situação já bastante terrível para todos que são afetados com as perdas de entes queridos. A segunda situação que reflete a primeira onda é a econômica. Esta sim, poderá ainda vitimar muito mais pessoas. Não estou me referindo apenas àquelas pessoas que podem atentar contra a própria vida, como já há casos. Mas sim, a infinidade de pessoas que perderão seus empregos, pessoas que ficarão sem renda e consequentemente, teremos um aumento considerável na violência. E então chegamos na terceira onda.

O efeito dominó, assim como conhecido, por uma simples ação em um único dominó, este derruba um outro que derruba um outro que segue nesta ação até o último dominó ser derrubado é o que acontece com a pandemia que estamos vivendo. Com a primeira onda, tivemos a contaminação. Com segunda onda estaremos entrando numa forte crise econômica. Podendo se desdobrar em recessão e inflação ao mesmo tempo. Algo terrível para se restabelecer. E por fim, a terceira onda é a violência propriamente dita.

Precisamos ser práticos e entender que de todos os bens essenciais à vida a alimentação é um deles. E se esta deixar de existir e pessoas de bem, sem condições de adquirir alimento, poderão e vão se tornar violentas. Isso é um fato, não uma especulação, já que ao olhar sua família com fome, um cidadão desempregado, cheio de dívidas, sem perspectiva de melhoria, sem uma solução para seu problema, passa a ter duas alternativas: ou atenta contra a própria vida ou comete roubos para sobreviver. Vemos isso em caso de guerra. A Venezuela, aqui ao lado do Brasil, teve essa situação.

Venho acompanhando algumas notícias que tem corroborado para toda essa narrativa. A Folha PE divulgou que mais de 5.000 presos foram libertados em 3 estados. A GaúchaZH publicou que mais de 3.400 presos foram libertados no Rio Grande do Sul. O jornal Estadão, publicou que o PCC - Primeiro Comando da Capital, facção criminosa, está usando a pandemia para pressionar a soltura em massa dos detentos. Os links para as matérias estão abaixo.

A equação é simples: Some a recessão, mais a inflação, mais alto índice de desempregados, mais pessoas em estado de vulnerabilidade, mais inúmeros marginais nas ruas temos uma resposta clara; VIOLÊNCIA.

Para dar mais um dado sobre a violência que será desencadeada na terceira onda, nos EUA, empresas estão literalmente retirando de suas prateleiras suas mercadorias e estão colocando placas de madeira para evitar serem saqueadas. Vide matéria da TRT nos créditos abaixo.

Apesar deste artigo ser um artigo de previsão, logo, ser uma especulação do que pode acontecer, não é difícil de se somar tudo o que está acontecendo ao que pode ser uma consequência de ações desastrosas dos governadores e prefeitos que não dimensionaram o problema de parar uma economia. A violência é real, os fatos são reais e as ações devem ser tomadas agora. Não podemos esperar. O Brasil precisa voltar a produzir.

Fontes:
FolhaPEMais de 5.000 presos deixam prisões em 3 estados devido ao coronavírus 
GazetaZHMais de 3,4 mil presos foram libertados por temor da pandemia no RS
Estado de São PauloPCC quer usar coronavírus para libertação em massa de presos
TRTLojas em Nova Iorque fecham e colocam placas de madeira para evitar saques

O Colapso do Brasil


Estamos diante de uma situação extremamente grave. O Brasil, como sempre, é afetado com as variações econômicas dos mercados externos. Nossa economia não está preparada para reagir em crises como esta que estamos passando com a COVID-19. Sabemos que aqui os problemas econômicos são sempre sentidos com uma intensidade muito maior do que nas demais economias. O capital especulativo, a corrupção que ainda perdura nos estados brasileiros e principalmente, o descaso com a saúde pública, que há décadas não recebeu um olhar mais atento por parte dos governos do passado, assim quase levando nossa saúde pública a um estado de quase calamidade.
Fazendo uma analogia com o do acidente do Titanic, podemos entender o problema que estamos enfrentando neste momento. O “iceberg” do COVID-19 foi avistado. Os alertas estão sendo dados. Então é chegado o momento de se tomar uma decisão. O Brasil precisa urgentemente se definir. Saber se muda o curso na condução do problema ou se permanece no isolamento social incluindo o fechamento de setores da economia.
Podemos prever os reflexos da decisão tomada neste primeiro momento da pandemia. Mas antes é preciso falar sobre o que chamamos de primeira e segunda ondas para entender o colapso econômico brasileiro. Na primeira onda, temos a contaminação da população e consequentemente um aumento substancial de pessoas com necessidades de internação que levariam nosso sistema de saúde, já sucateado, ao pleno colapso de atendimento. Deixando assim inúmeras pessoas sem atendimento para que literalmente morram sem o devido tratamento. Como se morrer no Brasil por falta de atendimento fosse algo novo para nós, que já estamos acostumados a ver nos noticiários da televisão os descasos com a saúde e a corrupção que também assola este setor tão importante para a sociedade brasileira.
Em seguida, temos a segunda onda que alguns analistas atribuem à recessão que virá como reflexo de uma economia estagnada. O fato da economia não conseguir fazer girar o capital nos setores tidos como não essenciais à sociedade, promoverá demissões em massa. Fato este que já estamos vendo neste momento. É estimado que cinquenta por cento da população brasileira economicamente ativa fique desempregada. Conforme dados da PNAD - Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a Coordenação de Trabalho e Renda da PNAD divulgou dados relacionados à taxa de desocupação. A evolução é a seguinte: dezembro de 2019 com a taxa de 11%, janeiro de 2020 com 11,2% e fevereiro de 2020 com 11,6%. É perceptível que já estamos numa linha crescente de desempregados. O que deve se agravar a partir dos meses seguintes.
Com o aumento do desemprego, milhares de pessoas vão entrar com o seguro-desemprego. Que é um paliativo no momento em que o trabalhador fica desempregado. O dinheiro que irá ser pago a este trabalhador é federal. Assim, haverá um esvaziamento significativo do erário com tais pagamentos. Além disso, o INSS também irá sofrer queda na sua percepção financeira. Já que menos pessoas estarão formalmente empregadas e com isso menos recursos entram para o órgão. O que pode levar o governo federal precisar compor estes pagamentos. Não obstante, temos também a ajuda de custo emergencial que recentemente foi aprovada para socorrer a população mais vulnerável.
Com uma arrecadação comprometida e os gastos com ações emergenciais e obrigações financeiras, o governo pode realmente sofrer um colapso por falta de dinheiro e assim ter que recorrer ao FMI - Fundo Monetário Internacional para solucionar este problema. E com isso contrair uma dívida que nos custará décadas para ser quitada.
Todos os reflexos da chamada segunda onda, afetarão o Brasil de forma contundente e a nossa retomada econômica será penosa.
Retornando então aos rumos que podemos tomar. O que foi dito acima são fatos que acontecerão se o timão deste navio chamado Brasil, não sofrer uma mudança na sua direção. Assim como o Titanic, irá colidir com o iceberg e irá à pique.
Caso o Brasil tome a decisão de mudar a direção para não colidir com o “iceberg” do COVID-19, poderemos ter uma chance de manter a nossa economia que, sem a devida mudança, fatalmente entrará em colapso, para uma economia fortemente abatida, porém viva e com capacidade de retomar o caminho seguro até o seu porto.
E que decisão é esta que estamos falando? É a decisão de voltar às atividades normais, com a ressalva do isolamento vertical. Onde cada cidadão é responsável por sua saúde e a saúde dos demais em sua volta.
Mas, o jogo político envolvido sempre está presente para dificultar o caminho do Brasil ao primeiro mundo. Tropeçamos em cada momento decisivo em que poderíamos ter tirado proveito dos recursos que temos para crescer e não o fizemos. É triste dizer, mas após o escândalo de corrupção generalizada nos governos federal e estaduais e em particular promovidos por diversos membros do PT - Partido dos Trabalhadores, estamos jogados a nossa própria sorte. Não diferente, vemos governadores e prefeitos querendo escalar politicamente seus nomes para cargos maiores, fazendo uso da pandemia como palanque eleitoral. Porém, ainda existe a terceira onda, que ficará para ser apresenta num próximo artigo. Tendo em vista que esta é uma abordagem mais complexa e com uma certa dose de especulação.


O Pós COVID-19


Não entraremos no mérito de como a economia brasileira é dependente da economia mundial e de como qualquer variação internacional reflete fortemente na nossa economia. Mas com a pandemia do COVID-19, percebemos que há uma desaceleração econômica internacional. E que a China, está se saindo bem, apesar de ter sido também uma vítima dessa doença.  Então fica uma pergunta a ser respondida; como a China está resolvendo a questão econômica que abala o mundo inteiro?

É evidente que a China também sofre com a doença, porém vale lembrar, que ocorrendo o fechamento das fábricas chinesas, a economia global sofrerá uma forte queda. E o Brasil não está imune a uma ação global no mesmo sentido. Geralmente quando acontece qualquer variação na economia de algum país, o Brasil tende a sofrer de maneira mais acentuada. E com a pandemia, a situação do Brasil pode chegar a ser crítica.

Esta pandemia veio para nos ensinar muitas coisas e uma delas é a nossa prontidão para atuar enquanto sociedade de maneira rápida e eficaz no combate a disseminação de uma doença. Considerando que a transmissão dessa doença se dá pelo contato, podemos então, colocar em pauta uma especulação. E se o contágio dessa doença se desse pelo ar? Infelizmente, as perdas humanas seriam incalculáveis. E neste ponto, o mundo não está preparado. A economia internacional seria abalada e possivelmente o uso da força seria imperativo, ou seja, a guerra seria inevitável. Mas, por sorte a doença se prolifera por contato.

Uma solução encontrada pelas autoridades para a redução do contágio e manter a curva de crescimento lenta é o isolamento social. Um remédio necessário, mas, como todo remédio, possui sua contraindicação. A primeira onda, como é chamada a onda da contaminação, está sendo controlada com o isolamento social. A segunda onda, é a onda econômica que promoverá uma forte retração econômica. Colocando a economia brasileira numa recessão sem precedentes.

Nossos governantes estão preocupados em salvar vidas nessa pandemia. Mas estão deixando de lado a necessidade de se manter minimamente uma economia de subsistência. Podemos deixar de crescer, mas retrair a economia que a duros custos estamos tentando recuperar é um erro muito grande que entrará para os anais da história.  Estamos saindo de uma crise governamental sem precedentes. O maior esquema de corrupção da história mundial. Tal volume de dinheiro roubado seria capaz de aniquilar a economia de diversos impérios comparados proporcionalmente com suas devidas épocas.
Com uma economia fragilizada, o governo federal vem sofrendo por parte de diversas organizações, pressões que podem agravar ainda mais a questão econômica brasileira. O jogo político não dá trégua nem mesmo a um caos social que se avizinha. O que pode gerar conflitos internos de grandes proporções. Cabe neste momento, a sociedade se unir, numa única bandeira. A bandeira da solidariedade. Hastear a bandeira brasileira em sua casa mostrando que brasileiro não desiste nunca! Todos nós devemos lutar contra este inimigo em comum que é o COVID-19.

Sabemos que o combate ao vírus é imperativo por parte de cada um. Sabemos que vamos ter perdas humanas, de pessoas queridas nessa guerra. Sabemos que nossa economia está fragilizada. Sabemos que virá um pós-vírus aterrador em nossa vida econômica. Mas o que não sabemos é como enfrentar a próxima guerra. Guerra esta que se dará na segunda onda. Temos que ser criativos para enfrentar a próxima batalha. Neste momento precisamos estar focados em combater o COVID-19 e criarmos soluções ao pós-vírus para fortalecer nossa economia. A saúde do brasileiro tem que estar nesse momento acima de tudo, sem deixar de lado a nossa capacidade produtiva. As empresas precisam abraçar esta bandeira. A bandeira do fortalecimento de nossa economia. Primeiro, vamos pensar em nosso povo, em sua saúde e paralelamente prepararmos ações para nossa economia. O lucro virá, por certo, se unirmos forças em fazer do nosso povo um povo unido e focado no seu desenvolvimento. Que cada um dê sua contribuição para o desenvolvimento do Brasil.

Este é o momento de todos se unirem pelo Brasil e pelos brasileiros. Juntos somos mais fortes. O brasileiro não desiste nunca!