Fake News é um termo novo para uma prática muito antiga e bastante conhecida da sociedade. A História nos tem mostrado uma quantidade muito grande de notícias falsas. O assunto é tão antigo que remonta os tempos bíblicos. Até mesmo na literatura infantil encontramos diversas histórias de notícias falsas. A Bíblia nos mostra a história de José. Onde seus irmãos o venderam como escravo para os israelitas, levaram ao seu pai, Jacó, a notícia de que o irmão tinha sido devorado por um animal selvagem (Gênesis 37), levando até mesmo uma prova forjada, a túnica suja com sangue. Já na literatura infantil temos o caso do personagem do Pinóquio que ao contar uma mentira, seu nariz crescia. Há muitos outros contos que poderia citar, porém um conto interessante e bastante conhecido é do pastor de ovelhas que voltava correndo para o vilarejo gritando ter visto um lobo. As pessoas corriam para ajudar o rebanho do pastor que não estava sob a ameaça do lobo e ao descobrirem que foram enganadas voltavam para o vilarejo consternadas por terem sido enganadas. Ao fazer isso por vezes consecutivas, enganando as pessoas, acabou perdendo a credibilidade. Então, no dia em que o lobo realmente apareceu, ninguém acreditou no pastor e ninguém se prontificou a ajudar, acreditando se tratar de mais uma brincadeira (notícia falsa).
Trazendo para a realidade em que
vivemos, existem dois senários onde as notícias falsas são largamente
empregadas. São elas: as guerras e as especulações financeiras. É comum nas
guerras usarem a desinformação como uma arma para confundir o inimigo. Assim,
se faz uso das notícias falsas para dificultar as ações inimigas e obter
vantagem no campo de batalha. Já no mundo dos negócios, as informações falsas
são muito empregadas para elevar os preços ou baixar os preços das ações, sempre
com interesses em aumentar os lucros de quem vive da especulação financeira.
Mas deixando a Bíblia, as
histórias infantis, as guerras e o mundo dos negócios de lado, vou abordar o
que realmente importa: outros dois canais de notícias falsas que fazem mal a
todos nós. Me refiro às redes sociais e à imprensa.
Nas últimas duas décadas a
comunicação teve um avanço significativo. E a informação se tornou igualmente
avançada e volumosa. Toda tecnologia
atualmente empregada nos meios de comunicação facilitaram ainda mais a
comunicação, tornando-a mais eficiente, rápida e segura. Como a informação é transmitida pelos meios de
comunicação digital de forma massiva e com volumes cada vez maiores, somos
bombardeados a todo momento com uma infinidade de notícias que não conseguimos
assimilar, tamanho volume envolvido.
Uma análise importante precisa
ser feita em relação as redes sociais. Que se tornaram muito presentes em
nossas vidas e que nos levam a gastarmos horas em suas diversas plataformas.
Costumo dizer que a time line do Facebook, por exemplo, é um verdadeiro poço
sem fundo. Mudaria o termo time line para deep line, que seria mais acertado.
Quanto mais você desce a sua linha do tempo, mais informações encontra. Por
isso o termo deep line. Dá a impressão de não ter fim.
O grande problema para a
plataforma do Facebook é manter a rede segura das inúmeras postagens de seus
inúmeros usuários. Fiscalizar este volume é praticamente impossível. Apenas as
denúncias são verificadas pela plataforma. A solução que o Facebook toma em
relação aos denunciados é reduzir o alcance de suas publicações dentro da rede
ou bloqueando as postagens. Chegando mesmo ao bloqueio da conta do usuário.
Assim, independentemente de serem verídicas ou não, o usuário denunciado tem
sua comunicação severamente prejudicada. O que nos faz entender que se for uma
pessoa bem-intencionada, mas que esta for alvo de várias denúncias, o Facebook
age conforme descrito acima.
Uma observação que precisa ser
feita é sobre as publicações dos usuários, quando estes, compartilham notícias
de sites. Como a plataforma do Facebook apresenta uma imagem e o título da notícia
compartilhada, não demorou muito as empresas de notícias perceberem que
determinados títulos davam muita repercussão nas redes sociais. Assim, as
empresas começaram a usar títulos mais apelativos em suas notícias. Não
importando muito se os títulos das matérias jornalísticas estavam em
consonância com o texto da mesma matéria ao qual o título fazia a chamada. Se
aproveitando da esmagadora maioria de pessoas que não acessam os sites para
lerem as matérias, os títulos ganharam grande notoriedade. Basicamente os
títulos se tornaram a própria notícia. E com isso, os usuários comentam sem
maiores informações sobre as notícias compartilhadas.
É lamentável percebermos o quanto
estes títulos são capazes de causar um grande mal a todos que tem contato com
um título, que por muitas vezes, são truncados, dúbios, pouco claros e em sua
grande maioria, tendenciosos. Também vale lembrar que algumas empresas usam
títulos caça-cliques, ou seja, se utilizam de frases tão apelativas que acabam
ganhando a atenção dos usuários e assim ganharem mais acesso.
Tivemos alguns casos de notícias de
mortes de personalidades famosas e ao acessarem os links, vírus eram
disseminados. Porém, as informações que mais causam danos são as notícias
falsas (Fake News). O maior propagador das notícias falsas são os próprios
usuários que não checam a veracidade das informações que desejam compartilhar.
Pois é muito mais fácil e cômodo acionar o botão de compartilhar ou encaminhar.
Pronto! Já foi enviado para mais uma pessoa ou várias pessoas a mensagem sem
sua devida verificação. Neste ponto, vale lembrar que enviar mensagem sem ter
certeza de que a fonte está correta é CRIME. É bom deixar a orientação para que
você que ao ler uma notícia, seja ela qual for, desconfie. Veja, sempre se a
fonte está sendo ideológica ou mesmo, se está perseguindo alguém ou tentando
formar uma opinião contrária a qualquer coisa que seja. O que não podemos
deixar acontecer é de nos tornarmos massa manipulada. E com isso nos manobrarem
para onde querem. Tivemos vários casos confirmados de manipulação da
informação. No meu entendimento, manipular informação também não deixa de ser
uma notícia falsa. Precisamos tomar o máximo de cuidados com a assimilação de
informações que nos levam ao erro.