
Iniciei a minha vida escoteira no ano de 1989 no 40º Grupo Escoteiro Anchieta, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Digo para todos que este ano eu estava iniciando um grande sonho. Pois havia assistido um filme americano alguns anos antes (não me lembro o nome) e fiquei encantado com as aventuras que os jovens trajados com o uniforme escoteiro vivenciaram. Eu queria aquilo para mim. Mas não sabia que existia um grupo. Era um sonho, um sonho que talvez nunca iria realizar. Na época, o Colégio Anchieta, era dividido em duas unidades. Possuía um prédio para as primeiras séries escolares até a quarta série primária (atualmente quinto ano). E uma outra unidade que seguia em diante no ensino fundamental e médio. O prédio onde estudava era do pré escolar. E quando tive que ir para o outro, onde iniciava a antiga quinta série (hoje sexto ano), tínhamos que subir diversos degraus. Não me lembro o número, mas com certeza passavam de cinquenta! E sempre que chegávamos ao fim dos degraus, lá estava ele! Um senhor que sempre trajava uma batina preta. Cumprimentava cada aluno que chegava com um aperto de mãos e dizendo seu bom dia seguido do nome do aluno que cumprimentava. Que memória! Aquilo sempre me impressionou!
Alguns alunos, o cumprimentava de forma diferente! Estendiam-lhe a mão esquerda e faziam uma espécie de continência! Ainda diziam algo que eu não entendia o que era. Foi nesse período que conheci o fundador do grupo de escoteiros; o saudoso padre Selvaggi. Este que me acolheu no grupo de escoteiros assim que perguntei o que era aquele cumprimento. Tempos mais tarde, veio a ser o meu padrinho de promessa escoteira.
A vida escoteira foi tão boa, que eu jamais quis me afastar. Quanta coisa boa eu aprendi! Ali fiz amigos, que carrego até hoje no coração. O escotismo me tornou um homem muito melhor! Me fez compreender as minhas limitações e me fez entender que eu tinha apenas um concorrente em minha vida; eu mesmo! E que o ato de se superar é a melhor coisa do mundo! Muitos ensinamentos me foram passados e carrego comigo até hoje.
Mesmo longe do escotismo, ainda carrego em meu coração aquela chama da vida que eu vivi. Sempre me pego cantarolando canções escoteiras. Algumas pessoas estranham, me perguntam de onde tiro tais músicas quando me pegam cantando. Neste momento dou aquela risada de satisfação e respondo apenas que é uma canção antiga, de um tempo em que fui realmente muito feliz.
Nunca deixei de ser escoteiro. Pois uma vez escoteiro, sempre escoteiro! Ah, que saudade me bateu agora dos acampamentos, dos jogos, do fogo do conselho,... Quanta coisa boa! Uma vida vivida na natureza, nos livros, com
bons amigos, digo, irmãos! E desde então eu sinto em meu coração que sou escoteiro. E como tal procuro viver. Obrigado irmãos. Obrigado Pe. Selvaggi!
Um dia, eu sei, volto a Giwell, terra boa! Lá um curso assim que eu possa eu vou tomar!
Sempre Alerta!